Embora sem altas bruscas, o mercado de câmbio na Argentina não tem dado trégua nos últimos dias. Depois de bater o recorde na gestão de Javier Milei na segunda-feira (com 1.330 pesos por dólar para a venda) e na terça-feira (1.365 pesos), a cotação do dólar “blue” segue em alta nesta quarta-feira (26), batendo em 1.380 pesos, segundo levantamentos feitos nos locais (“cuevas”) onde é possível negociar o câmbio paralelo mais usado no país.
Caso mantenha de novo a tendência, a divisa pode fechar o mês em alta de mais de 12,5%, bem acima da inflação projetada.
Até agora, em 2024, o dólar “blue” subiu 355 pesos, ou 34,5%, abaixo da inflação, que no primeiro semestre do ano deve ficar em torno de 80%.
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“Desvalorizadores em série”
Numa tentativa de reduzir a especulação cambial atual, o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, ratificou hoje em evento público a política de desvalorização gradual (“um regime chamado de “crawling peg”) de 2% ao mês e tentou afastar os rumores sobre a intenção de uma alteração mais significativa na cotação oficial entre julho e agosto.
Ele se referiu aos “desvalorizadores em série” e garantiu que a única maneira de ganhar competitividade é baixar drasticamente os impostos no país.
No evento do setor da construção, Caputo tentou minimizar as altas recentes fazendo uma comparação com a gestão anterior, de Alberto Fernández. “O câmbio subiu 10% em 6 meses. No governo anterior passou de 60 para 1.200 pesos”, afirmou.
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O ministro lembrou que, em seis meses da gestão de Milei, não só se alcançou uma situação de superávits comerciais, fiscais e em conta corrente, como a inflação foi reduzida. “Os resultados eram impensáveis para qualquer pessoa e economista na Argentina e no mundo”.
Ao empresário presentes, Caputo pediu ao setor privado que confie no compromisso do governo com a mudança no país e, a longo prazo, prometeu a redução de “90% dos impostos” até o fim do mandato. “Esse é o caminho”.