O dólar valorizou 1% frente o real nesta quarta-feira (17), caminhando novamente para os R$ 5,50, com as cotações impulsionadas pelo salto do iene no mercado internacional e pelos receios em torno da política fiscal do governo Lula no Brasil.
Além disso, a divisa norte-americana ganhou força em mercados emergentes, em meio a preocupações de investidores com a futura política comercial dos Estados Unidos. A expectativa por medidas mais restritivas tem crescido, conforme aumentam as apostas na vitória de Donald Trump na eleição de novembro, o que afeta o apetite por risco.
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Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista fechou com alta de 1,00%, a R$ 5,483 na compra e na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento (DOLc1) tinha alta de 1,04%, a 5.490 pontos.
Na terça-feira, o dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,4293 na venda, em queda de 0,28%. Em julho, a divisa acumula baixa de 1,89%.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,483
- Venda: R$ 5,483
Dólar turismo
O que acontece com o dólar hoje?
Na manhã desta quarta-feira (17), o dólar à vista acumulava ganhos em relação a uma série de divisas de mercados emergentes, incluindo o real, mas com destaque para as altas ante ao rand sul-africano e ao peso mexicano.
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No mercado global de moedas o destaque era a disparada do iene, em meio a rumores de que o Banco Central do Japão pode ter atuado novamente para fortalecer sua moeda. O avanço do iene afetou operações de carry trade ao redor do mundo, incluindo as realizadas com o real. No carry trade, investidores tomam recursos no exterior, a taxas de juros baixas, e reinvestem em países como o Brasil, onde a taxa de juros é maior.
Como a cotação do iene subiu, investidores tendem a desmontar essas posições, o que acaba por pressionar as cotações do real. Um dos efeitos é a alta da taxa de câmbio – algo que já havia ocorrido na quinta-feira passada, quando o iene também avançou.
“O real é bastante líquido, então é fácil fazer carry. Quando tem alta do iene, há uma reprecificação de carry trade no mundo, o que também afeta o real”, pontuou Lais Costa, analista da Empiricus Research.
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Moedas como o peso chileno, o rand sul-africano e o peso mexicano também tinham perdas firmes em relação ao dólar.
Além do fator externo, profissionais citavam a entrevista do presidente Lula à TV Record, veiculada na noite de terça-feira (16), como motivo para o avanço do dólar ante o real, em meio aos receios em torno do equilíbrio fiscal do governo.
Na entrevista, Lula disse que o governo não é obrigado a cumprir a meta fiscal “se você tiver coisas mais importantes para fazer” e reforçou que precisa ser convencido de que será preciso cortar despesas para cumprir o arcabouço. O presidente ponderou, porém, que fará o que for necessário para respeitar o arcabouço. “Responsabilidade fiscal eu não aprendi na faculdade, eu trago do berço”, disse.
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Operador ouvido pela Reuters afirmou que os comentários de Lula, apesar de não serem novidade, deram força às cotações. Neste cenário, após marcar a cotação mínima de R$ 5,4339 (+0,08%) às 9h07, o dólar à vista atingiu a máxima de R$ 5,4888 (+1,10%) às 13h48.
(com Reuters)