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Fundador do Wikileaks deve se declarar culpado e encerrar longa batalha contra os EUA

O co-fundador do Wikileaks, Julian Assange, deve se declarar culpado por vazar segredos de segurança nacional dos EUA e retornar à sua Austrália natal, após um acordo com o Departamento de Justiça que encerra uma batalha judicial de quase 15 anos.
Assange, 52 anos, deve ser sentenciado a tempo já cumprido durante uma audiência judicial na quarta-feira (26) em Saipan, nas Ilhas Marianas do Norte dos EUA, evitando uma potencialmente longa pena em uma prisão americana.

O acordo busca encerrar uma luta internacional para processar Assange que está em curso desde que documentos militares sensíveis dos EUA, registros de guerra e telegramas diplomáticos foram divulgados publicamente em 2010 e 2011, incluindo imagens de um ataque aéreo dos EUA em Bagdá alguns anos antes.

Em uma das maiores violações de segredos de Estado na história dos EUA, Assange foi acusado de incentivar e ajudar a analista de inteligência do Exército, Chelsea Manning, a obter cerca de 750 mil documentos confidenciais ou sensíveis.

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Os EUA acusaram criminalmente Assange em 2019, durante o governo Trump, por violar a Lei de Espionagem e estavam tentando extraditá-lo do Reino Unido, onde ele está preso desde então. As acusações iniciais — 17 relacionadas à espionagem e uma ao uso indevido de computador — carregavam uma pena máxima de 175 anos de prisão se ele fosse considerado culpado em todas as acusações, embora as sentenças para crimes federais sejam tipicamente menores que isso.

Aliados de Assange argumentaram que o caso dos EUA infringia a liberdade de expressão e a mídia independente, enquanto autoridades de segurança nacional afirmavam que os vazamentos representavam graves ameaças à segurança nacional. Assange e seus advogados lutaram contra sua extradição, argumentando que ele não poderia ter um julgamento justo nos EUA e poderia enfrentar a pena de morte.

As negociações para um acordo de culpa intensificaram-se nos últimos meses, depois que o presidente Joe Biden disse estar considerando um pedido do governo australiano para fechar um acordo que permitisse a Assange retornar à Austrália.

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Segundo o acordo de culpa, Assange comparecerá ao Tribunal Distrital dos EUA para as Ilhas Marianas do Norte. Ele será imediatamente sentenciado ao tempo já cumprido durante seus 62 meses de prisão no Reino Unido e então retornará ao seu país natal.

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