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O Brasil virou quase um elefante num ‘slackline’, compara Landau, da Vista Capital





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Com boa probabilidade de que o plano para a economia argentina, elaborado pelo presidente Javier Milei, funcione, João Landau, sócio-fundador da Vista Capital, tem olhado cada vez mais de perto para o vizinho.

“É importante estar próximo porque pode ser uma posição de dez anos. Pode ser uma alocação relevante”, reforça, acrescentando que o atual governo argentino “está no caminho certo”.

“A gente acha que vai funcionar (o plano de Milei). Potencialmente, a posição que tenho mais animada é a argentina. Não é a minha primeira, segunda ou terceira posição. Mas a Argentina, prospectivamente, é onde eu quero ficar acompanhando”, afirma.

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Ajuste fiscal “impressionante”

João Landau participou do episódio 259 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter.

Olhando para cá, ele indica um quadro preocupante no Brasil, com o Banco Central com chances de subir os juros mais do que o mercado prevê e a China em busca de um novo patamar de desenvolvimento no mundo.

“Ele (Milei) fez um ajuste fiscal muito impressionante. Não se acha na história um ajuste fiscal desse tamanho. Todas as rubricas do orçamento ele travou”, diz.

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“O Brasil, ao contrário (da Argentina), virou quase um elefante num slackline (fita de nylon por onde se busca passar, se equilibrando sobre ela.”

“E o macro não está equilibrado. E tem-se a certeza de que em dois anos não vai estar com esse equilíbrio com juros reais de 8%, dívida de 80% (do PIB) e fiscal fraco”, diz, sobre o país em que vive.

Encantos da Argentina

“A grande dificuldade da Argentina para o alocador é que existe um trauma muito grande. A gente teve uma posição na Argentina de 2015 a 2018 e felizmente o resultado foi positivo”, ressalta.

Para Landau, a Argentina é “encantadora”, mostra desenvolvimento e ares de país de primeiro mundo. “Mas tem sempre que tomar cuidado”, afirma.

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O gestor se refere ao fato de, ao longo da história recente, o país se envolver em default da dívida pública, criando um trauma no mercado.

“Havia uma preocupação do mercado com o Milei perder popularidade (no começo do mandato). E a Argentina veio andando. A gente tem uma posição menor (na Argentina) do que queria, muito por causa dessa luta. Ele é um libertário – a nossa posição não pode ser grande”, expõe.

Eleição no caminho

No entanto, o gestor destaca que a popularidade de Milei não caiu como se esperava. “Ele vem conseguindo manter uma popularidade muito grande, com as pessoas entendendo que, em algum momento, as coisas têm que melhorar – e vem melhorando na margem”, avalia.

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Para ele, Milei é um personagem “superinteressante”. “Ele é monetarista firme”, diz. “O discurso dele é uma aula de economia.” João Landau vê, ainda em Javier Milei, a construção de um projeto para o país.

“Mas porque o negócio (na Argentina) não andou e continua muito barato”, questiona, sobre os ativos locais, para responder: “Falta um ano para as eleições parlamentares. Se ele chegar com essa popularidade, vai ser bom”.

“Vai dar certo (o plano de Milei para economia)? Possivelmente. Mas tem um pouco de incerteza, que mistura com confiança. Por isso tem um risco na história”, afirma. “Mas ele está no caminho certo”, complementa.

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