O noticiário é movimentado para a Vale (VALE3), cuja ação sobe cerca de 1% nesta terça-feira (7) apesar do dia de estabilidade para o minério de ferro.
O UBS elevou a recomendação da mineradora de neutro para compra, vendo uma melhora da relação risco/recompensa, com os riscos ESG sendo definidos pelo banco como moderados no momento. O preço-alvo para o ADR (recibo de ações negociados na Bolsa de Nova York) de US$ 13 para US$ 15.
“Embora continuemos preocupados com os fundamentos do minério de ferro no médio prazo e vejamos riscos de queda no preço à vista, acreditamos que o risco-recompensa geral para a Vale melhorou com forte desempenho operacional em abril e algumas das principais preocupações ESG definidas como moderadas”, avaliam os analistas do banco.
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A estimativa é de que a Vale gere um rendimento de FCF (fluxo de caixa livre) de aproximadamente 10% com o minério a US$ 100 a tonelada (pós-pagamentos da Samarco).
Os analistas esperam que a Vale permaneça com disciplina de capital e devolvam o excesso de caixa aos acionistas.
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Para o UBS, a Vale limpou seu portfólio nos últimos 5 anos e agora está focada em minério de ferro de alta qualidade (cerca de 90% do Ebitda de 2025) e Cobre/Níquel (cerca de 10%). “Esperamos que os preços do minério de ferro se mantenham em cerca de US$ 110/t nos próximos 12 meses (spot a US$ 117/t) e depois voltar ao suporte de custos (US$ 80-100/t) à medida que a oferta aumenta. A Vale, no entanto, se beneficiará da melhoria dos volumes e prêmios (de ferro e pelotas) ao longo de 1-2 anos, à medida que seus três principais projetos de crescimento forem acelerados; isso compensará em grande parte o impacto de preços mais baixos”, aponta o banco.
Além disso, a equipe de análise reforça que os metais básicos deverão se beneficiar de maiores taxas de cobre/níquel. Os próximos catalisadores são o contrato de concessão ferroviária, acordo com Samarco e dados de produção do 2T.
A Vale espera chegar a um acordo final para o caso de Mariana até junho/julho, após mais de 3 anos de negociações; ainda há uma incerteza significativa em torno disso após a proposta ter sido rejeitada pelos governos Federal e do Espírito Santo (não de Minas Gerais). No entanto, a Vale e outros envolvidos manifestaram o desejo de resolver o tema na primeira metade do ano.
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Sobre o tema, nesta terça-feira, a União pediu à Justiça Federal nesta terça-feira que obrigue a Samarco e as sócias Vale e BHP a pagarem R$ 79,6 bilhões, em 15 dias, em cumprimento provisório de sentença referente a uma ação movida pelo rompimento de barragem em Mariana (MG), que ocorreu há quase nove anos, conforme documento visto pela Reuters.
A medida foi tomada dias após a União e o Estado do Espírito Santo terem rejeitado uma nova proposta de acordo feita pelas mineradoras de R$ 127 bilhões de reais, sendo R$ 37 bilhões já desembolsados, enquanto o Estado de Minas Gerais pediu ajustes.
O Morgan Stanley ressalta que, neste momento, considera a exigência do governo como parte das negociações em curso, mas irá monitorizar a situação de perto. “A Samarco e seus acionistas provavelmente apresentarão argumentos legais contra a petição do Procurador-Geral e, caso sua defesa legal não seja bem sucedida, acreditamos que eles tentariam obter um acordo para cumprir o pagamento”, avalia o banco.
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O banco acredita firmemente que um acordo final é do melhor interesse de todas as partes interessadas (por exemplo, aqueles impactados pelo trágico acidente; governos federal, estaduais e municipais; e as empresas) e, portanto, ainda espera que as partes se esforcem para chegar a um acordo no 2T24 .
“Dito isso, está claro para nós que, se as autoridades não oferecerem segurança jurídica às empresas que eliminem o risco de demandas/reivindicações adicionais no futuro relacionadas à Mariana, não fará sentido para a Samarco/Vale assinar um acordo. Infelizmente, se nenhum acordo for alcançado, acreditamos que o overhang (pressão sobre ações) da Vale relacionado a potenciais passivos/saídas de caixa poderá permanecer por um longo tempo”, ressalta o Morgan, que tem recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), com preço-alvo de US$ 18 para o ADR.
(com Reuters)