As ações globais devem continuar em alta em 2025, mas vale olhar além das companhias de grande capitalização do S&P 500. Renda fixa americana ainda está barata e crédito privado seguirá atrativo no próximo ano. Ouro pode dar segurança para a carteira, principalmente em meio a conflitos geopolíticos e queda nos juros, e o cenário para o Brasil inspira otimismo.
Esses foram alguns insights de executivos da Schroders, gestora britânica que administra cerca de US$ 1 trilhão globalmente, durante evento online realizado na tarde desta quinta-feira (21). O InfoMoney foi o único veículo de imprensa brasileiro convidado a acompanhar o webinar.
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No caso das ações globais, a diretora de Investimentos Johanna Kyrklund acredita que há oportunidades de retorno no próximo ano, mesmo após os ganhos de 2024, porque vários bancos centrais começaram a reduzir taxas, ajudando a impulsionar a busca por ativos de maior risco e melhores retornos. Porém, disse, os investidores precisam expandir o olhar para além das companhias vencedoras recentes – como as big techs.
“Acho que o caso das ‘7 Magníficas’ foi uma história para 2023 e o pico dessa história foi provavelmente em julho ou julho deste ano. Elas realmente estão entregando lucros muito fortes e podem continuar a subir, mas acho que realmente se trata de procurar outras oportunidades“, disse a diretora, sinalizando que os investidores de ações se acostumaram a um pequeno número de grandes empresas impulsionando os ganhos dos papéis.
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A executiva destacou que diferentes setores e regiões podem se tornar mais atrativos, abrindo novas oportunidades para a carteira. Ela mencionou o Brasil, elogiando o foco do país no controle da inflação e na disciplina fiscal. “Em comparação com os mercados desenvolvidos, acredito que precisamos reavaliar onde realmente estão os riscos e, sob essa perspectiva, é possível ter uma visão relativamente positiva sobre o Brasil”, afirmou.
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Renda fixa global
A Schroders também continua com uma visão positiva em relação aos títulos globais de renda fixa, tanto para a diversificação do portfólio como para lidar com as incertezas geopolíticas, como os conflitos no Oriente Médio. “Eles parecem bem baratos e oferecem um rendimento atraente”, disse Johanna.
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Nils Rode, CIO de mercados privados na Schroders Capital, afirmou que 2025 deve ser um ano promissor para novos investimentos no mercado privado, com potencial para retornos atrativos e geração de renda. Segundo ele, diversos ciclos estão se alinhando de forma favorável, como a captação de recursos no mercado privado, as transformações tecnológicas e os ciclos econômicos.
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Sobre a economia, Rode citou como razões de otimismo para o mercado de crédito privado o declínio contínuo da inflação, o início da normalização das taxas do banco central e o estímulo fiscal na China e no mundo ocidental. No âmbito tecnológico, ele mencionou que o grande destaque continuará sendo a inteligência artificial.
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Ouro
Os diretores de investimento destacaram que o ouro pode ser uma opção interessante para diversificação, especialmente em um cenário de queda de juros, instabilidade geopolítica e alta da inflação. “Não estamos sugerindo grandes alocações, mas, de modo geral, considero o ouro atrativo para algo em torno de 2% do portfólio“, afirmou Johanna.